Vivendo com o perigo.
Com mais de 15 anos viajando e fotografando pelo Japão, estive em 46 províncias das 47 que constituem este país. Tempos atrás fui para a província de Kagoshima, minha última fronteira.
A província é localizada na ilha de Kyushu, haja chão, ou asfalto, são 950 km da minha casa.
Foi uma viagem de 1 semana, o tempo estava bom e Sakuarajima estava bela.
Sakurajima? Sim aquele vulcão nervoso, um dos mais ativos do Japão, está a mais de 30 anos em atividade, cuspindo lavras e fumaça, hoje vamos falar da minha aventura fotografando este gigante.
Chegando na cidade de Kagoshima, fui direto para o melhor ponto para fotografar o vulcão, o monte Shirayama. Deste ponto podemos ver o vulcão, o porto de Kagoshima e parte da cidade.
Quando o caldo engrossa, ou seja o vulcão fica mais ativo, formam-se camadas de cinza em toda região e as crianças da cidade usam capacetes de proteção.
Sakurajima na verdade não é mais uma ilha, na sua última erupção de grandes proporções em 1914, Sakurajima foi ligada à ilha principal(Kyushu) através de um braço de terra no lado leste.
Isto significa que temos duas formas de ir até o vulcão, a primeira é através de barcos e ferry boats que tem linhas normais, pois existem em torno de 4.000 habitantes em volta do vulcão, claro todos loucos, não batem bem da cabeça.
A outra opção é através do braço de terra formada com a grande erupção de 100 anos atrás no lado oposto a cidade de Kagoshima e a opção que eu escolhi foi esta para ver como os malucos vivem.
Chegando no local já comecei a sentir o drama das cinzas vulcânicas formando uma película sobre o carro. Na estrada que margeia o vulcão vê-se diversos abrigos para proteção em caso de erupções fortes.
Fora as cinzas que incomodam um pouco, a cidade é normal, como qualquer cidade aqui no Japão, com prefeitura, escolas, hospitais e casas comerciais, a economia local é o turismo e a pesca.
Nós é que dramatizamos muito, o perigo potencial existe, mas a população vive a centenas ou milhares de ano, aprenderam a conviver com o vulcão, muito deferente do que eu imaginava, mas, se alguém me perguntar se eu moraria lá, podem ter certeza, a minha resposta é não, absolutamente não.
Links úteis;
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